segunda-feira, março 27, 2006

Saudades de mim


Ai que saudades de mim
De me sentir em mim,
Autêntica e inteira,
Personificada

Que saudades de me enganar no caminho
E ser esse o meu destino
Ou talvez não

Saudades de me perder nas ruas
E me encontrar na esquina
De um sentimento qualquer
A fazer contas à vida
Sem me aperceber
Que há tanto que ainda quero viver

Mas aos pedaços eu não me encontro
Se memórias bafientas e vozes abafadas
Me deixam desarticulada
Por isso bato a porta aos fantasmas
Bato a porta e apago a luz
Hoje fico só comigo

É como romper a bolha que me envolve
E respirar de novo
Emergir à superfície de um sonho escuro
Tocar-me e ser eu
Ainda eu, apesar de tudo

Que saudades de mim...

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